quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Início, fim e meio

Alguém me disse algumas milhares de vezes: "Escreva! Você tem talento, não deixe isso se perder!" (Tá. Esse alguém foi minha mãe. E elogio de mãe, pra mim, não conta.)

Enfim, mas dentre momentos de desespero, de me sentir perdida, de pensar: Caralho, meu! Eu não tenho nenhum talento?, eu escrevi um post no facebook, em homenagem a uma amiga que se mudou. E, apesar do texto ter sido pensado e escrito para ela, milhões de pessoas (umas 30 e pouco, o que é muito pra mim) curtiram. Porque eu escrevi sobre uma angústia que paira sobre nossas (jovens, ou nem tão jovens assim) cabeças há um tempo: o se tornar adulto e todas as suas consequências. Boas e nefastas - como essa: dizer tchau, adeus, até logo. As pessoas têm a liberdade de sair pelo mundo (consequência positiva), mas vão deixando seus rastros e vão ficando com pegadas de outras pessoas (consequência negativa), enquanto o mundo vai girando.

Nada contra fazer seus planos, girar o mundo enquanto o mundo gira. Mas, putz!, cansei de dizer 'até logo''s travestidos de 'adeus''s - sendo que vem um bem bonito aí pela frente.

Já girei um bocadinho pelo mundo, e faço a cada dia mais planos pra que isso continue acontecendo. E já dei muitos adeus(es) por aí.
E aí, caiu a ficha. Nem consigo mais pegar uma porcaria de folha de papel em branco pra escrever sobre o que eu sinto, incluindo aí "não ter talentos". E alguém me disse (e não foi minha mãe): "Texto fodão esse o seu!" E outra pessoa: "Você escreve muito bem e lindamente. Continue"

Porque não?

Já tive muitos inícios e meios e fins.
Resolvi começar outro. Mesmo que ninguém leia isso aqui. Agora vou ter que encarar minhas folhas de papel em branco.

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